20 anos de história e comprovação científica da eficácia da acupuntura
Nos últimos vinte anos, o mundo se tornou cada vez mais interessado na medicina natural e a acupuntura é a especialidade de tratamento que mais cresce. Parece que em todos os lugares que você olha há flashes de notícias, artigos de jornais e revistas, e celebridades divulgando os benefícios da acupuntura e de outras terapias naturais. Inclusive as últimas pesquisas tem usado aparelhos de ressonância magnética para comprovar a eficácia da acupuntura de forma científica. Por que esse súbito interesse pela medicina tradicional chinesa?
A acupuntura x Copa Rio 2016 com o medalhista Michael Phelps
Um dos maiores e recentes "booms" no Brasil aconteceu na copa Rio 2016, onde o grande medalhista norte americano Michael Phelps foi flagrado com marcas arroxeadas de ventosas em seu corpo. A técnica foi aplicada pelo seu técnico com o objetivo de prevenir e tratar a lesão esportiva em seu ombro. A ventosa aumenta a vascularização na região e atrai mais células para melhorar a nutrição muscular e óssea.
A acupuntura x Prêmio Nobel de Medicina 2015 concedido à cientista Tu Youyou
Outro grande destaque na mídia foi o prêmio Nobel de Medicina concedido em 2015 à cientista chinesa Tu Youyou, por sua contribuição na luta contra a malária, que recebeu o prêmio diretamente das mãos do presidente da China, Xi Jinping. Tu Youyou, farmacologista da medicina tradicional chinesa, é a única mulher chinesa e primeira cientista do país a receber um Prêmio o Nobel, e se tornou conhecida por descobrir nos anos 70 a artemisinina, um princípio ativo contra a malária com o qual foi possível salvar milhões de vidas nas últimas décadas.
Em 2010 a Medicina Tradicional Chinesa, a Acupuntura e a Ópera de Pequim Foram Tombadas Pela UNESCO como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade
Em decisão proferida no dia 16 de novembro de 2010, durante a V Sessão realizada em Nairóbi, Quênia, o comitê Intergovernamental da Unesco, órgão da ONU voltado para educação, ciência e cultura, incluiu a Medicina Tradicional Chinesa, a Acupuntura e a Ópera de Pequim na Lista do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) é uma agência especializada das Nações Unidas (ONU) com sede em Paris, fundada em 4 de novembro de 1946 com o objetivo com o objetivo de garantir a paz por meio da cooperação intelectual entre as nações, além de se constituir como fórum de intercâmbios de ideias e conhecimentos científicos.
Um dos critérios para inscrição de qualquer elemento na lista é a possibilidade de sua contribuição para enriquecimento da diversidade cultural em escala mundial e também como testemunho da criatividade humana. Segundo a UNESCO, o reconhecimento da Acupuntura poderá contribuir para a sensibilização da importância da Medicina Tradicional Chinesa para o mundo inteiro.
Ma Wenhui, diretor do Ministério da Cultura da China, disse em entrevista a repórteres que a Medicina Tradicional Chinesa, a Acupuntura e a Ópera de Pequim têm profundas conotações culturais, conteúdo médico e artístico e são elementos importantes da cultura chinesa. Tesouros, a aprovação destes projetos é um reconhecimento da proteção da cultura chinesa e do património cultural imaterial da China.
A Acupuntura e a Medicina Tradicional Chinesa baseiam-se na visão holística da unidade da natureza e do homem, guiada pela teoria dos meridianos e pontos de acupuntura, utilizando agulhas, folhas de moxa e outras ferramentas e materiais para regular o equilíbrio do corpo humano por meio de inserção de agulhas ou queimar partes específicas do corpo, conhecimentos e práticas tradicionais milenares para cuidados de saúde e cura. Como expressão cultural única que incorpora a sabedoria e a criatividade da nação chinesa, a frequência estável da prática da medicina tradicional chinesa e da acupuntura e o sistema completo de conhecimento que tem sido continuado através das gerações desempenham um papel importante na garantia da vida e da saúde de pessoas e da sociedade.
A Ópera de Pequim é uma arte dramática que integra canto, leitura, atuação e luta. Em meados do século XIX, a Ópera de Pequim, que nasceu entre o povo e combinou elementos do drama do norte e do sul da China, desenvolveu-se com maturidade em Pequim e espalhou-se amplamente por todo o país. As letras e a narração da Ópera de Pequim absorvem dialetos locais de Pequim e de outros lugares e seguem ritmo e rima rígidos. A Ópera de Pequim conta histórias sobre história, política, sociedade e vida cotidiana, e é ao mesmo tempo educativa e divertida. A música da Ópera de Pequim, composta principalmente por melodias de Xipi e Erhuang, desempenha um papel importante no controle do ritmo da performance, criando uma atmosfera específica, moldando os personagens e orientando o desenvolvimento da história. A Ópera de Pequim apresenta performances virtuais estilizadas e simbólicas, centradas no uso abrangente das mãos, olhos, corpo, método e passos, expressando os ideais estéticos dramáticos da sociedade tradicional chinesa e mantendo elementos do património cultural nacional amplamente reconhecidos.
Leia mais sobre Acupuntura como Patrimônio Cultural e Imaterial da Humanidade em:
Unesco: Patrimônio imaterial da Acupuntura e moxabustão da medicina tradicional chinesa
Unesco: Acupuntura e moxabustão da medicina tradicional chinesa
Veja: Com acupuntura e Ópera de Pequim, China ratifica liderança em lista da Unesco
Global Times: Como a China se tornou o número 1 em Patrimônio Cultural Imaterial Mundial
China Org: Acupuntura e ópera de Pequim na lista do património da UNESCO
Acupuntura x Organização Mundial De Saúde (OMS) 2003
Em 2003, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e os Institutos Nacionais de Saúde (NIH) divulgaram um relatório chamado “Acupuncture: Review and Analysis of Reports on Controlled Clinical Trials”, com sintomas, condições e doenças tratados de forma eficaz pela acupuntura e medicina chinesa. Basicamente todas as entidades da atualidade relacionadas com a acupuntura fazem menção a este relatório.
No relatório, algumas condições psicológicas tratadas com sucesso pela acupuntura remetem à depressão, ansiedade, transtorno do estresse pós-traumático (TEPT) e insônia. Já as condições neurológicas citam a dor de cabeça e enxaqueca, neuralgia trigeminal, paresia após acidente vascular cerebral, neuropatias periféricas e síndrome cervicobraquial. As condições musculoesqueléticas envolvem a dor muscular com inchaço, rigidez e fraqueza, lesões traumáticas localizadas, entorses, distensões, tendinites, contraturas, artrite e osteoartrite, fibromialgia, lesões relacionadas ao trabalho e esportes, lombalgia, dor no pescoço, “ombro congelado”, “cotovelo de tenista” e dor ciática. Nas condições do sistema respiratório, ressaltam a sinusite, rinite, resfriado comum, alergias, bronquite e asma brônquica. Um grande destaque é dado às condições gastrointestinais como diarreia, náuseas, constipação, intestino irritável, gastrite, refluxo ácido. Na ginecologia relacionamos infertilidade, tensão pré-menstrual (TPM), cólica menstrual (dismenorreia) e menopausa. Nas condições cardiovasculares evidenciamos o controle da hipertensão essencial.
Em 1991, foi descoberto Otzi, múmia de gelo com 5.000 anos de idade que já fazia acupuntura
Otzi, o Homem de Gelo, múmia com mais de 5 mil anos de idade, foi encontrado nos Alpes de Venoste, na fronteira da Áustria com Itália em 1991, a uma altitude de 3.210 metros, e desde então tem fornecido uma série de pistas de como era o mundo em 3.300 a.C., durante a Idade de Cobre, período marcado pelo início da extração e fundição de metais.
Considerada a múmia mais famosa da Europa, os restos mortais de Ötzi, o homem assassinado nos Alpes, é o cadáver mais estudado de todo o mundo. O gelo conservou o seu corpo mumificado de forma tão perfeita e surpreendente, que marcas na pele são claramente visíveis a olho nu, e algumas denotam tatuagens com formas bem definidas.
Cientistas identificaram que Ötzi, a múmia de gelo mais antiga do mundo, sofria de diversos problemas de saúde, mas recebeu os cuidados medicinais de acordo com os recursos disponíveis na época.
Durante as pesquisas, cientistas descobriram que a vida de Ötzi não estava fácil: seus dentes estavam apodrecendo, ele tinha artrite nas articulações, parasitas nos intestinos e pedras na vesícula biliar. Era intolerante à lactose e tinha predisposições genéticas para várias doenças, sem mencionar a ferida grave em sua mão e a flecha em seu ombro, o que provavelmente o levou a morrer de rápido choque hemorrágico.
Para tentar entender como os antigos lidavam com alguém com tantas doenças, paleontólogos analisaram a variedade de ferramentas e ervas que foram encontradas perto da múmia de olhos castanhos e como elas, junto com dezenas de tatuagens esculpidas em seu corpo, poderiam ter sido usadas para tratar as enfermidades do homem de gelo.
Um novo estudo, publicado no Jornal Internacional de Paleopatologia, confirma o uso medicinal das tatuagens. Eles categorizaram os 61 desenhos no corpo de Ötzi em 19 grupos, e perceberam que nove desses estavam “perto ou exatamente na área dos pontos de acupuntura tradicionais”, como ao longo de meridianos ou em cima de órgãos e articulações.
Sua forma geométrica simples sugere que eles provavelmente foram usados para tratar a dor lombar, doença articular degenerativa e outras dores que Ötzi pode ter sofrido ao morrer, quando tinha idade entre 40 e 50 anos.
Amostras retiradas do trato digestivo da múmia mostram o que ele comeu antes de morrer. Juntamente com carnes gordurosas e plantas domesticadas, Ötzi tinha várias ervas e plantas medicinais em seu estômago, como uma espécie de samambaia tóxica, que poderia ter sido usada para matar os óvulos parasitas encontrados em seus intestinos.
Poliporos de bétula, que tem propriedades anti-inflamatórias e antibióticas, foram encontrados presos a uma pulseira de couro, sugerindo que ele carregasse essas ervas e outras com ele para se automedicar.
Várias ferramentas e roupas feitas de pele e couro foram localizadas nas proximidades, todas indicativas de uma sociedade avançada com um sistema compartilhado de aprendizado.
"Se eles tivessem desenvolvido acupuntura, eles devem ter passado por um sistema de tentativa e erro e tiveram capacidade e motivação para aprender e praticar habilidades terapêuticas. Em um tal contexto, é bastante crível que outras formas de tratamento (plantas, fungos, etc.) eram conhecidos e praticados”, concluem os pesquisadores.
Acupuntura Estética Facial e os famosos nas redes sociais
Kim Kardashian e Jesus Luz causaram furor e muitos curtidas nas mídias sociais com a técnica da acupuntura estética facial com o objetivo de estimular o rejuvenescimento de forma natural.
Acupuntura é ciência?
Publicações de artigos científicos e acadêmicos sobre acupuntura na mídia especializada
A acupuntura tem atraído a atenção desde sua introdução no ocidente e se tornou um campo em rápido crescimento nas publicações acadêmicas. A publicação anual de artigos saltou de 109 em 1988 para 670 em 2015 de um total de 7450 artigos no campo da acupuntura.
A análise de regressão indicou um crescimento exponencial das publicações nas últimas duas décadas, com uma taxa de 10,7% de crescimento anual médio. Uma tendência marcante foi um aumento observado na proporção de ensaios clínicos randomizados (ECR), de 7,4% em para 20,3%. A dor foi consistentemente o foco mais comum de pesquisa em acupuntura com 37,9% das publicações.
Os EUA e a Inglaterra foram os países ocidentais mais ativos na pesquisa e publicações sobre acupuntura, enquanto a China e a Coréia do Sul foram os países mais ativos do leste. Já o Brasil conquistou a décima posição com 180 artigos publicados (2,4 %). Nos últimos anos a Alemanha e Austrália exibiram taxas de crescimento anuais mais elevadas do que os outros países.
A maioria das publicações de acupuntura foi gerada em departamentos ou hospitais universitários responsáveis pelo ensino, pesquisa e serviços clínicos. Além disso, a China, a Coréia do Sul e os EUA são os principais países com agências que contribuem com financiamento para a pesquisa em acupuntura.
As publicações de acupuntura são distribuídas entre várias disciplinas, incluindo terapia complementar e integrativa, medicina interna, neurociência, anestesiologia, obstetrícia e ginecologia e reabilitação. Essas diversas áreas sugerem que as ações e aplicações da acupuntura são extensas e impactam uma variedade de áreas na prática clínica diária. Curiosamente, 3% dos artigos foram publicados na categoria de ciência veterinária.
Tabela 1. Dez países que mais publicaram artigos de acupuntura de 1988 a 2015.
Fonte: Tendências nas publicações sobre acupuntura global: uma análise do banco de dados da Web of Science (WoS) de 1988 a 2015, sob licença da Creative Commons
A dor lidera as pesquisas científicas de acupuntura nos últimos 20 anos
As 30 principais condições de saúde abordadas entre as publicações relacionadas à acupuntura durante o período de 20 anos, 1995-2014, estão listadas na Tabela 2. A dor foi o tópico mais comumente estudado, representando aproximadamente um terço de todas as publicações identificadas. Outras áreas-chave de enfoque, listadas por ordem de número de publicação, incluem câncer, artrite, doenças cerebrovasculares, gravidez, inflamação, paralisia, transtornos de humor e distúrbios do sono.
Um olhar mais atento aos padrões de publicação que comparam os primeiros 10 anos (1995-2004) com os últimos 10 anos (2005-2014) revela que a porcentagem de artigos relacionados à dor diminuiu ligeiramente nos 10 anos mais recentes, enquanto outras áreas de pesquisa, ou seja, artrite, acidente vascular cerebral, isquemia cerebral, fadiga, menopausa, ondas de calor e síndrome do intestino irritável (SCI), aumentaram. Pesquisa avaliando acupuntura para gravidez, transtornos de humor, sono e diabetes permaneceu estável entre os dois períodos de 10 anos. Outros problemas de saúde menos comumente estudados incluem edema, herpes zoster, síndrome de disfunção da articulação temporomandibular, hiperlipidemia, dispepsia, zumbido, vertigem e tontura.
Tabela 2. Principais condições de saúde publicações relacionadas à acupuntura durante o período de 20 anos, 1995-2014.
Medicina Tradicional Chinesa MTC x Acupuntura
Gastamos muito, per capita, em assistência médica e ainda assim as estatísticas para obesidade, diabetes, câncer e doenças cardíacas aumentam continuamente. A medicina chinesa aponta como uma opção viável para pessoas que esgotaram as terapias convencionais, com os seus riscos e efeitos colaterais.
Esta medicina costuma ter foco maior na prevenção, e os chineses que a praticam não costumam abrir mão, necessariamente, dos tratamentos científicos nascidos no Ocidente.
No ocidente, a medicina chinesa é quase inteiramente associada à acupuntura. Talvez a razão disso seja porque a acupuntura é o aspecto mais exótico e único da medicina chinesa. No entanto, ao contrário da crença popular, a acupuntura não é sinônimo de medicina chinesa, mas apenas um aspecto dela.
A medicina chinesa, sendo o principal sistema de saúde na China há mais de cinco mil anos, é um sistema muito abrangente e complexo que envolve uma variedade de modalidades. Além da acupuntura, pertencem à medicina chinesa a herbologia chinesa, ou fitoterapia, terapia nutricional ou dietoterapia chinesa, utilizando o conceito de "alimento como remédio". Já as terapias manipulativas incluem massagem, tuina e alongamento. Outro ramo consiste no que consideramos exercícios de qi, também conhecidos como tai chi e chi gong. São meditações estáticas e em movimento que harmonizam o corpo e a respiração. Esses exercícios são muito reverenciados na China. Na verdade, é comum na China encontrar um parque com pessoas de todas as idades fazendo tai chi ao nascer do sol. Acredita-se que estes exercícios previnam a osteoartrite, estimulem a imunidade, mantenham o segredo da longevidade e promovam uma sensação geral de bem-estar. Um acupunturista também pode recomendar mudanças no estilo de vida, se necessário.
Terminologia Científica da Acupuntura na Medicina Tradicional Chinesa
O grande mistério que a medicina chinesa enfrenta atualmente não é se ela funciona ou não - visto que já está bem estabelecido como e por que ela funciona. É claro que os chineses têm suas teorias sobre o funcionamento da acupuntura, mas essas explicações podem ser difíceis para os ocidentais entenderem. A explicação da MTC usa conceitos como o chi e os meridianos - palavras que são verdadeiramente estranhas ao mundo ocidental. Embora esses conceitos sejam reais no oriente, as chances são de que eles permanecerão tão ilusórios quanto soam aqui no ocidente. É comum na China os pais orientarem os filhos com expressões: "não faça isso, vai agredir o seu yin", "não faça aquilo, vai prejudicar o seu yang", ou ainda "isto vai exaurir o seu chi".
Comprovação Científica da Acupuntura
A seguir estão as cinco teorias predominantes colocadas pela comunidade médica ocidental com a devida terminologia científica para a sua eficácia. Estes são baseados em estudos realizados antes e depois da acupuntura, usando amostras de sangue para medir as mudanças biomédicas no corpo.
1. Aumento da imunidade
A acupuntura aumenta os níveis de triglicerídeos, hormônios específicos, prostaglandinas, contagem de glóbulos brancos, gama globulinas, opsoninas e níveis globais de anti-corpos. É por isso que a acupuntura pode tratar distúrbios relacionados a deficiências imunológicas.
O aumento da contagem de células brancas pode ajudar todos os pacientes. Segundo pesquisas, mais e mais condições estão sendo ligadas a um sistema imunológico fraco. Se você é imune ou não, você quer que seu sistema imunológico seja o mais forte possível e este é um resultado positivo de todos os tratamentos de acupuntura.
2. Produção de endorfina como anestésico natural
A teoria da "endorfina" afirma que a acupuntura estimula as secreções de endorfinas no corpo (especificamente encefalinas). As endorfinas são os analgésicos naturais do nosso corpo. Eles são 1000 vezes mais fortes que a morfina.
3. A teoria do neurotransmissor
A teoria do neurotransmissor afirma que certos níveis de neurotransmissores como serotonina e noradrenalina são estimulados pela acupuntura. É por isso que a acupuntura é tão bem sucedida com depressão e transtornos do humor. É também por isso que as pessoas se sentem tão surpreendidas depois de um tratamento, com a sensação de relaxamento e bem estar. É comum os pacientes relatarem melhora na qualidade do sono, dentre outros benefícios secundários.
4. A teoria circulatória
A teoria circulatória afirma que a acupuntura tem o efeito de contrair ou dilatar os vasos sanguíneos. Isso pode ser causado pela liberação do corpo de vasodilatadores (como a histamina), em resposta à acupuntura.
Um exemplo clássico dos tratamentos de acupuntura é como a acupuntura pode resolver o edema e curar ferimentos crônicos - o suprimento fresco de eritrócitos e leucócitos em uma área que tem acúmulo de tecido cicatricial e bloqueio.
5. Teoria do "portal da dor"
A teoria do "portal da dor" é a mais popular entre os cientistas ocidentais. A acupuntura fecha certos portais nervosos sobrecarregando-os estrategicamente com impulsos, reduzindo assim a transmissão da dor. De acordo com essa teoria, os sinais de dor devem passar por um número de "portões" de tráfego intenso à medida que se deslocam da área de lesão para cima, através da medula espinhal, até o cérebro. Como uma estrada ou rodovia, esses nervos só conseguem lidar com um número limitado de sinais nervosos ao mesmo tempo. A acupuntura gera estímulos competitivos e efetivamente interrompe a neurotransmissão dos sinais de dor que chegam ao cérebro. O resultado: nunca "experimentamos a dor". Esta teoria explica como isso é usado para anestesia com acupuntura.
A Acupuntura como tratamento integrativo e complementar
A medicina oriental não é um substituto da medicina ocidental, é complementar. A medicina ocidental está se concentrando mais em problemas agudos de saúde e em tratamentos sintomáticos, e a medicina oriental está se concentrando mais na prevenção e na raiz de um problema. Ambos têm seus pontos fortes e suas deficiências.
Se alguém quebrar a perna, não deve procurar terapias alternativas. No entanto, para muitos problemas crônicos, a abordagem da medicina chinesa pode ter muito mais benefícios a longo prazo do que a medicina convencional.
Por exemplo, pacientes com insônia recebem Ambien ou Valium quando não conseguem dormir. Depois de um tempo eles se tornarão dependentes - tornando o medicamento menos eficaz. Já a medicina chinesa se concentra na causa desses sintomas. Nesse caso específico, investigaríamos para descobrir por que o paciente não está dormindo. Ele está comendo antes de ir para a cama? Está sob estresse? Ele faz atividade física ao longo do dia? Ele está com dor crônica? Uma vez estabelecida a causa raiz, esta será abordada inclusive com conselhos de estilo de vida mais a acupuntura. Sem tratar a raiz do problema, na medicina chinesa, o tratamento não é considerado eficaz - mesmo que os sintomas tenham desaparecido - porque, sem tratar a causa dos problemas, o paciente terá que retornar para mais tratamentos no futuro. O objetivo dos praticantes da MTC não é apenas restaurar a saúde, mas mantê-la.
Na China, eles aprenderam a integrar tratamentos orientais e ocidentais, usando os pontos fortes de um para compensar as fraquezas do outro. De fato, na maioria dos hospitais da China, não é incomum encontrar duas alas separadas - e ala médica oriental e ocidental - e elas estão constantemente se referindo umas às outras com base nas necessidades dos pacientes.
Meridianos e acupontos de energia
O mapa dos pontos de acupuntura e meridianos no corpo guiam os acupunturistas na prática clínica. Os meridianos são caminhos onde os pontos de acupuntura se encontram. Esses pontos ajudam a acessar e efetuar diferentes funções fisiológicas dentro do corpo. Por exemplo, são selecionados os pontos que mais afetam o sistema nervoso, estimulando a liberação de endorfinas (analgésicos naturais do corpo) para alguém com dor. Ou são selecionar pontos locais perto da lesão para aumentar a circulação para a área e facilitar a cura. A seleção de pontos dependerá do paciente, sua condição e, novamente, qual sistema dentro do corpo que precisa ser estimulado. É isso que faz da acupuntura uma arte e uma ciência precisas.
Os meridianos são caminhos de energia. De acordo com a medicina chinesa, além do sistema circulatório, sistema respiratório, sistema cardiovascular, etc, os seres humanos também têm um sistema de energia.
A acupuntura não afeta apenas a fisiologia, mas também o sistema energético. Um sistema de energia saudável flui abundantemente. Quando há estagnação ou deficiência no sistema energético, outros sistemas do corpo, como o sistema imunológico, o sistema cardiovascular, etc., serão afetados e a doença se manifestará.
Nessa perspectiva, a maioria das doenças começa em um nível energético e se manifesta fisicamente ao longo do tempo. Por esta razão, de acordo com a medicina chinesa, todas as doenças podem ser prevenidas com uma compreensão deste sistema energético. Dr. Oz declarou no programa de Oprah Winfrey, que ele acredita que "o sistema de energia é a fronteira final para a ciência ocidental".
Este mapa do corpo permaneceu inalterado por milhares de anos e é baseado em uma profunda compreensão do corpo humano. Embora estejamos constantemente aprendendo novas maneiras de usar melhor esses pontos, os pontos em si não foram alterados. Isso é notável quando você pensa em quantas vezes nossa compreensão do corpo mudou dentro da breve história da ciência moderna. Muitas pesquisas de acupuntura utilizam a ressonância magnética com conclusões surpreendentes sobre energia e comprova o que os antigos médicos chineses descobriram há milhares de anos.
Fonte: Wenjing Huang of Charité University Medical Center, Berlim, Alemanha, onde realizaram mais de 100 estudos para produzir mapas cerebrais de pontos de acupuntura. A áreas ativadas do cérebro ao estimular um ponto de acupuntura são mostradas em vermelho; áreas desativadas são mostradas em azul. Por exemplo, os dois pontos relacionados à visão GB37 e UB60 mostraram desativação em áreas cerebrais visuais como os Cuneus. A equipe concluiu que a acupuntura afeta o processo cerebral das sensações físicas e emoções.
Teoria Yin Yang na Medicina Tradicional Chinesa
Saúde é equilíbrio, equilíbrio é saúde. Esta é a filosofia da medicina chinesa.
Este é um símbolo da filosofia Yin Yang, retratando duas qualidades opostas se juntando para criar um todo.
Os antigos filósofos chineses, ou taoistas, passaram a maior parte do tempo observando a natureza e notaram uma dualidade em todos os aspectos da vida. Por exemplo, homem e mulher, dia e noite, quente e frio, para cima e para baixo, claro e escuro, suave e duro etc. Eles usaram yin para descrever todas as qualidades que eram frias, macias, femininas, escuras, inferiores, materiais etc. Yang descreveu de forma inversa tudo que era quente, duro, masculino, claro, leve, agressivo, espiritual, etc. Eles acreditavam que a vida prosperava quando havia equilíbrio e harmonia entre essas duas qualidades e terminava quando havia separação e discórdia. Por essa razão, eles buscaram equilíbrio em todas as coisas.
De fato, acreditando que os seres humanos são microcosmos da natureza, eles acreditavam que nós também somos compostos dessas qualidades opostas. Quando essas duas qualidades estão em harmonia, temos saúde e felicidade, mas quando elas estão desequilibradas, temos doenças e, finalmente, a morte. Tudo pode afetar seu equilíbrio dentro de nós, incluindo nossos pensamentos, emoções, dieta, exercícios, relacionamentos e melhoria do ambiente ou prejudicar o nosso bem-estar.
O primeiro desenho mostra o equilíbrio, têm quantidades iguais de yang e yin. Esta pessoa é saudável, feliz e em perfeito estado de bem estar. No entanto, muito pode afetar esse estado perfeito de bem-estar.
Por exemplo, se essa pessoa sair e estiver quente, o saldo ficará parecido com o excesso de yang. Para voltar ao equilíbrio, essa pessoa precisará tirar o suéter, beber água e comer frutas refrescantes para que fique confortável e se sinta bem novamente. O oposto é verdadeiro se sair para um ambiente frio. Precisará colocar uma jaqueta, beber chá quente e talvez caminhar rapidamente para retornar a um estado equilibrado. O que acontece se essa pessoa não se ajustar ao clima frio - ela pode pegar um resfriado. Este é um exemplo muito simples, no entanto, retrata o conceito de equilíbrio e como ele pode se relacionar com o meio ambiente e nossa saúde.
O terceiro desenho retrata uma deficiência de yin, o aspecto refrescante / parassimpático do corpo. Isso pode se apresentar como menopausa em uma mulher que se manifesta como sinais de calor - ondas de calor, insônia, febre baixa. Pode ser um dia frio, mas esta mulher está sentindo calor porque está vindo de dentro. Não é por calor adicional que é porque ela é deficiente em seu yin, ou hormônios femininos como a medicina ocidental chamaria e, como resultado, está experimentando calor. Ela precisará de conselhos de ervas, acupuntura, nutrição e estilo de vida que nutrem seu yin. Após algum tratamento e algum tempo, ela retornará ao equilíbrio e não sentirá mais sinais de calor.
Já com a deficiência de yang, essa pessoa pode sentir frio, ter diminuição da libido, fadiga e diminuição do metabolismo (exemplo de hipotireoidismo ou fadiga crônica). Ele precisará de ervas, acupuntura, exercícios e conselhos sobre estilo de vida para aumentar seu yang e, uma vez equilibrados, não estará mais experimentando esses sintomas.
Com base nesse princípio, os sintomas de qualquer condição ou doença são meramente um sinal de desequilíbrio entre o yin e o yang. Se mantivermos o equilíbrio, mantemos a saúde.
Teoria dos Germes e Corpo Saudável de Louis Pasteur
Louis Pasteur, o pai da teoria dos germes, disse em seu leito de morte que a doença não é apenas sobre micróbios como ele pensava inicialmente, mas também sobre o “terreno”. Essencialmente, isso significa que se as pessoas mantiverem um corpo saudável, então eles não ficarão doentes, não importa que tipo de micróbio eles entrem em contato. Em outras palavras, pegamos vírus e bactérias porque nosso sistema imunológico está fraco. Isto é óbvio, sendo que todos nós somos confrontados com milhares de micróbios todos os dias, mas apenas parecemos estar infectados em tempos de estresse ou fragilidade. Muita ênfase foi colocada em matar germes, não o suficiente em responsabilidade pessoal. Sim, precisamos de antibióticos e ervas para destruir os micróbios nocivos, mas também precisamos manter nosso “terreno” como Louise Pasteur chamaria isso - em equilíbrio como a medicina chinesa manteria. Esta é a nossa melhor guarda contra doenças e enfermidades, e para cada um de nós deve alcançar. Por que não começar com a acupuntura?
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